Apresentação

Um SEMINÁRIO que, em horas agradáveis e produtivas, pretende demonstrar que livros e leituras se fizeram presentes-ausentes na vida cultural do Brasil colonial. Experiências que trouxeram valor aos esforços individuais à memória dos antepassados. Conhecer essas Histórias é oportunidade rara no Recife. Saiba mais..

Pós-Evento

MENSAGEM ENCERRAMENTO / VÍDEO GALERIA / REGISTROS FOTOGRÁFICOS

Estatística pós-evento: O MEMORAT2010 em sua primeira edição computa 312 inscrições e a frequência de 217 pessoas no primeiro dia, 200 no segundo e 174 pessoas no terceiro e último dia do evento.

28/08/2010

Apresentação

Bem-vindo !

  

Saber mais sobre a nossa formação ao longo do período Colonial, durante o Império e a República, vem servindo de inspiração para estudos particularizados sobre vários aspectos da vida cultural brasileira. Tirar do passado e da memória o aprofundamento da existência individual e ou coletiva requer informação oral, escrita, sonora ou documental, que tenham sido preservadas, ou postas a salvo pelo testemunho pessoal. Há temáticas a ampliar e renovar: literatura, artes. Cenários a rever: cidades, vilas, campo. Há ainda instituições e personagens a destacar: autores, artistas, anônimos que, por herança, imitação ou recriação conseguiram demarcar espaços, deixar obras e formas, definir imagens e sons, produzir raízes, que dão sustentação ao passado.

As condições atuais de vida redefinem os eventos e hierarquizam as informações que se referem a períodos findos. No cotidiano, o novo surge envolto em magia e o antigo nem sempre aparece para desvendar os pontos fortes ou fracos aflorados ou representados pelo conhecimento, pela experiência no âmbito da educação, da política, da economia, da cultura, das ciências, das relações sociais.  Na era do consumo, da simultaneidade da informação mundializada, o acesso ao tempo e aos lugares da informação possibilita a identificação, produção, reprodução, análise, difusão e interpretação de questões específicas no campo político, econômico, social e cultural. Faz vir à tona distinções entre igualdade e diferença, continuidade e descontinuidade.

Impressos de outras épocas contem algo a memoriar e a transmitir. Pela leitura propicia diferentes modos de compreender, interpretar, pensar e rever o passado no presente. Assim, em uma relativa temporalidade, a fixação ou a circulação da informação, como lembrou Michael Buckland, se faz como “coisa”, em “processo”, ou como “conhecimento”, para ser contextualizada, dado que é produzida, reproduzida, descrita, representada, exibida, em suportes tangíveis e ou intangíveis. 

Viver e pensar com informações, por meio de sinal, som, palavra ou objeto, dá significado e ou modifica ideias, pensamento. Os significados, mutáveis ou não, apreendidos pela mediação da palavra, da imagem ou do som, atualizam o percurso histórico. Ao preservar a informação registrada, os recursos simbólicos demonstram, explicam ou favorecem novas relações e dimensões para o entendimento do ambiente em que se vive, portanto, memoriam os momentos e os passos já alcançados no passado e lançam a perspectiva de compreensão do presente.

A formação cultural brasileira foi delineada em coexistência, transformação ou apropriação das formas de ser e pensar, modos e costumes de agir e consumir, oriundos de culturas indígenas, europeias, africanas, norte-americanas, ou orientais. Resumidamente, pode-se dizer que o brasileiro foi se fazendo a partir das relações interpessoais e das imagens internas e externas apreendidas e desenvolvidas ao longo do processo de colonização até os dias atuais.

 Os questionamentos e as revisões em torno do uso dos registros escritos transformam informações em possibilidades de reflexão e de aplicabilidade, aprofundam as análises sobre as práticas políticas e sociais. As contribuições metodológicas, que circunscrevem os lugares de várias ciências, possibilitam confrontar diferentes abordagens e construir conceitos, dando consistência aos argumentos dos especialistas. A inter e transdisciplinaridade contribuem para os estudos teóricos e as pesquisas em andamento por parte de professores e alunos bolsistas do DCI. De modo geral, as ciências beneficiam-se com a Ciência da Informação, mas esta também precisa confrontar teorias e práticas políticas e sociais que dêem consistência aos argumentos e aos estudos na área.

O Seminario Memorat, Memória e Cultura Escrita na Formação Brasileira apresentará pesquisas em andamento de professores e alunos de Universidades. A oportunidade para debates e aproximação entre professores e alunos de Graduação e de Programas de Pós-Graduação em áreas conexas também contempla estudos do grupo de pesquisas MEMÓRIA E CULTURA ESCRITA, CNPq/UFPE.


Gilda Verri
Coordenação Geral
Recife-PE, julho de 2010